terça-feira, fevereiro 9

Inverno da vida.

                                  
             

Sentada na poltrona que se encontra na minha varanda, observo a chuva que cai torrencialmente sobre o asfalto deserto que invade a noite, enquanto saboreio cada gota do café forte e quente que amargura os meus lábios. Esta noite define a minha vida neste momento. Deserta, sombria, escura, um breu sem fim que causa desespero, que causa amargura. Uma noite de inverno que esfria a alma e aquece a mente.
 Com uma xícara de café e cinzas que caem permanentemente do meu cigarro, vejo a noite a passar. Vejo a vida a passar... Mas não vejo as minhas dúvidas a passarem com este tempo infernal que decidiu invadir a minha vida. Dúvidas que invadiram a minha mente e que não a abandonam. Dúvidas que entristecem a alma... a vida. 
Não sei porque continuo com esta enorme esperança de que quando o meu cigarro acabar, as dúvidas chegarão ao fim sendo levadas com as cinzas da doce amargura que fumei. Mas a verdade é que o cigarro apaga, o café esfria e nada muda. 


1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei esta super sentimental e verdadeiro
Parabens